O que oferece segurança a um casamento?
Rev. João França.
Introdução:
A pergunta
supracitada deve nos levar a reflexão sobre a questão do que oferece
estabilidade a um casamento. Muitos têm oferecido respostas das mais diversas
possíveis. E, nem sempre estas respostas são as mais adequadas, e por vezes,
não reproduzem o ensino cristalino das Escrituras.
Imaginemos
que alguém na hora do seu casamento se ponha de pé e coloque diante de todos os
presentes esta pergunta basilar, mas em
outros termos:
“Como... como alguém pode saber?” Surpresas, algumas pessoas
fitaram o homem. Outras demonstraram indignação. E, quando a sua pergunta inesperada
ecoou brandamente por aquele prédio, foi como se o tempo parasse, enquanto
dezenas de pessoas, em silêncio, formulavam suas respostas, cada uma delas
ouvindo na mente a sua própria voz. Eles estão apaixonados; o amor pode
superar qualquer coisa – pensou a dama de honra. Compatibilidade é a
chave. Este casamento é um fecho – pensou um amigo dos noivos. O pastor que
ministrara aos noivos como jovens, conhecendo ambas as famílias por anos, disse
a si mesmo: “Tudo se resume na questão da criação. Estes jovens
cumprirão a jornada porque vêm de boas famílias”. Tio Bob, perito contador,
apertou a gravata e riu discretamente. Você tem alguma idéia de como
será o capital deles em poucos anos, amigo? Um bom planejamento financeiro
elimina a maior causa de estresse que um casamento saudável pode sofrer.
Eles leram todos os livros sobre casamento; o que mais precisam saber? –
admirou-se o padrinho do noivo. Dando prosseguimento à cerimônia, o pastor
incluiu sua solução. “Amados, estamos reunidos aqui para dedicar este casamento
a Deus. Ele o tornará bem-sucedido. Oremos...” (HARVEY, 2009, p.16)
Vemos aqui que o pastor Davi
Harvey em seu livro Quando Pecadores
dizem “sim” trouxe essa questão para ser discutida nos relacionamentos
matrimoniais. Notemos que uma das respostas apresentadas foi que eles “estão apaixonados; o amor pode superar
qualquer coisa”, isso nos traz a mente o que dizem os autores Renato e
Cristiane cardoso em seu livro Casamento
Blindado:
Ninguém se casa por ódio.
Até hoje não encontrei alguém que tenha pedido outra pessoa em casamento
dizendo: “Eu te odeio! Quer casar comigo?” As pessoas se casam por amor. Porém,
o índice de divórcios continua aumentando a cada ano. [...] Isso mostra que o
“amor” que une as pessoas não tem sido suficiente para manter o casamento.
Imaginar que aquele amor que vocês têm um pelo outro poderá não ser suficiente
na hora da crise é assustador, não é mesmo? (CARDOSO, 2012, p.9)
Então, a resposta comum de que o amor manterá o
casamento de pé, não é suficiente para isso. Caímos muitas vezes nesta falsa
concepção sobre casamento e sua estabilidade porque ignoramos de fato a
intenção de Deus no casamento. Ou não entendemos adequadamente o que seja o
casamento.
I – Compreendendo Melhor o
Casamento:
O
que é o casamento?
1. É uma instituição divina –
isso quer dizer que foi ordenado e criado por Deus (Gênesis 1.27,28)
2. É a união de um homem e uma
mulher (Gn. 2.24)
3. O casamento foi instituído para
a felicidade do homem e para a propagação “da raça humana por
uma sucessão legítima” (Confissão de Fé de Westminster. Cap. XXIX, Seção II)
II – O compromisso: O que dá
estabilidade no casamento.
Agora estamos pronto a responder a pergunta inicial
deste estudo. “O que oferece segurança ao casamento” . E a resposta que o
Pastor Adão Carlos nascimento em seu livro “Oficina de Casamento” nos oferece é
que o “Casamento que tem como base o amor não tem futuro”(NASCIMENTO, 2001 , p.16).
E diz que a estabilidade familiar se dá no compromisso. E a pergunta é: Por quê?
1. O Compromisso Estabelece
Alvos a Serem Alcançados.
Quando se pretende casar devemos levar em consideração
a linguagem pactual do casamento, pois, ao fazermos “os votos conjugais,
assumimos o compromisso de amar, honrar, cuidar e defender o nosso cônjuge e
ser-lhe fiel, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade, na
alegria e na dor” (Idem) Isso implica
que nos comprometemos a viver com o outro até o último suspiro de nossas vidas!
É está “Lado a Lado”.
Como você pode ter segurança em um casamento se o seu cônjuge
vive quebrando o compromisso feito? Todo casamento passa por crises! E o compromisso funciona como um cabo de aço que nos ajudam a superar
essas dificuldades. Imaginemos que você diga que ama Jesus, mas a questão é
como você demostraria isso na prática, e então, a sua resposta talvez seja: eu
frequento a igreja. Estou todo domingo na Igreja, eu não falto às reuniões da
Igreja. Mas, a demonstração de amor a igreja está vinculada ao compromisso da obediência a sua lei “Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o
amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. (João 14:.3 ARA).
2. O compromisso produz
segurança
“O amor é algo sublime, mas só o compromisso produz
segurança”(NASCIMENTO, 2001, p.17). Essa é uma verdade incontestável.
Imaginemos que você seja alguém que trabalha numa empresa e que deseja resolver
os problemas dela apenas na base do sentimento. Isso dará certo? Claro que não!
Lembre-se “o relacionamento entre os empregados não é de amor.” E, “Não se
costuma ouvir funcionários dizendo “Eu amo meu patrão!” nem vê-los escrevendo cartas de amor para o
colega do departamento contábil.” (CARDOSO, 2012, p. 45) – Isto porque a
relação deles é de compromisso, com objetivos definidos. Precisamos de
segurança no casamento. E só o compromisso pode dar essa segurança. Os
compromissos basilares são a submissão para a esposa (Efésios 5.22-23) e o amor
dos esposos para com suas esposas (Efésios 5.25) notemos o imperativo que Paulo
usa nestes textos!
3. Compromisso é compromisso:
Quase sempre queremos quebrar o compromisso que estabelecemos
com o nosso cônjuge. E esquecemos que nossas palavras são perenes, elas são
compostas pelo famoso “sim, sim e não, não” – Palavra é palavra! Compromisso é
compromisso, pacto é pacto.
Para compreendermos isso de forma bem ilustrativa a
história do engano que Isaque sofrera é emblemática nesta temática (Gn. 27.2-10)
e conhecemos a história! Esaú volta-se ao pai e pede para que ele impetre a
benção novamente, mas a resposta de Isaque ( Gênesis
27.34,35). Nos revela que ele compreendia que a Palavra não pode voltar atrás.
Ninguém tem o direito de fugir ao compromisso assumido
no casamento. O argumento de que o amor morreu não justifica a separação de um
casal. Dietrich Bonhoeffer, no sermão pregado no casamento de sua sobrinha,
afirmou: "Assim como é a posse da coroa, e não apenas a vontade de reinar,
que faz um rei, da mesma forma, no casamento, não é somente o seu amor mútuo
que os une perante Deus e os homens. Assim como Deus está acima do homem, assim
também estão a santidade, os direitos e as promessas do casamento acima da
santidade, dos direitos e das promessas do amor. Não é o seu amor que susterá o
casamento, mas, doravante, é o casamento que susterá o seu amor.”(NASCIMENTO, 2001,
p. 20)